Seja bem vindo

Esta página visa divulgar os trabalhos da ONG REPARE (Rede Permanente de Assistência ao Recluso(a) e ao Egresso(a).
Obrigado por nos visitar!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

OS PRESIDIÁRIOS QUEREM ESTUDAR






A cena que se vê nos presídios é protocolar. Um cadáver da austeridade inócua. Insepulto. Entre 2005/2010 a população carcerária de 7.221 presidiários subiu para 11.445 nas 64 unidades estaduais, que dispõem de 13 mil vagas - dados Infopen/2011. Mato Grosso tem 635 presos analfabetos (iletrados). 4.437 analfabetos funcionais (sabem ler, mas não entendem o lido). E disponíveis a completar o segundo grau ou aptos ao vestibular 1.529. Apenas 80 presos têm cursos superior. Aqui se ignora até a opção educacional de 4.764 presos. O Estado já declara (2013) que tem mais de 12 mil presos recolhidos. O Judiciário tem 17 mil mandados de prisão para cumprir. Tudo revelando uma falência múltipla. Incrível, que os que cumprem pena de privação de liberdade e os que já deixaram as prisões (egressos) podem ter acessos aos estudos gratuitos por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. Há acordo entre os ministérios da Justiça e da Educação com oferta de 90 mil vagas para formação inicial e continuada ou de qualificação profissional. Têm escolas privadas disponíveis para recebê-los. Inclusive, projeto privado de ensino a distância por teleconferência da alfabetização ao ensino superior. E nada parece querer acontecer. No caso concreto 57,6% os presidiários locais, que querem estudar acabam impedidos - inexplicavelmente. Na semana anterior após gestão estruturante, mais um secretario de Estado, joga a toalha ao chão e desce da cruz sem cumprir sacrifício. A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos vai a outro gestor (março/2013). Reinicia-se outro tempo perdido de aprender como funciona a engrenagem. Nova equipe e, também, reinvenção da roda. Aqui perde a sociedade, vivendo em insegurança. Afinal, assiste gasto estatal e inexistência de política socioeducativa para ressocialização mínima dos presos. Um governo penso que deveria ser medido não mais por palavrórios, mas por atitudes inovadoras e realizadas. E no aproveitamento das oportunidades, que surgem por ideias novas e recursos extras cavados muito além do orçamento restrito, que foram em Mato Grosso desperdiçados. Neste sentido, a gente anda bem mal, igual cachorro de mendigo. Não se pode mais ficar assim a combater a insegurança social com desejos e atuando somente nos efeitos (repressão prisional). Não se pode permitir mais que o sistema não utilize da própria inteligência e ciências. Afinal, o agente carcerário sozinho não consegue arranhar resolução do problema. O sistema está à deriva com aumento da violência geral e carcerária. E é o que por décadas acontece - impunemente. A prova de tal fato está na reincidência penal maior que 70% no Brasil e 86% em Mato Grosso e somente 14% dos presos trabalhando e 8% estudando dados do CNJ/2011. Enfim, deixar imexível a política social de ressocialização por profissionalização, estudo e trabalho produtivo me aparece desmazelo inconcebível. Uma corrupção ou incentivo indireto ao crime organizado, que hoje faz nos presídios, centros de operações e universidades abertas dos crimes especializados. Não vale aqui ficar no choro estatal fútil e mentiroso (orçamentário deficitário). É preciso agir e exigir ir além da repressão por si e para si, que apenas consome recurso público inutilmente. Um começo pode ser ofertar estudo/trabalho ao presidiário que quer, evidentemente, tirando o Estado da inação planejada, avisando o pessoal esperto que os recursos federais do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego não podem ser gastos com outras finalidades operacionais e repressivas (verba carimbada). Daí quiçá as coisas podem acontecer para desgostos dos que vivem do sistema carcerário altamente caótico e sem trabalho social e familiar. HÉLCIO CORRÊA GOMES É ADVOGADO E DIRETOR TESOUREIRO DA ASSOCIAÇÃO DOS ADVOGADOS TRABALHISTAS DE MATO GROSSO (AATRAMAT).
E-MAIL:HELCIO.MT@GMAILCOM




quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

ALBERGADOS ADEREM A CAMPANHA DO LAÇO BRANCO


Há um mês das comemorações do dia da mulher, os albergados de Várzea Grande receberam a visita da dr.ª Rosana Leite dos Santos, Defensora Pública e atual presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso. 

A palestra teve como tema " Campanha do Laço Branco", onde a Defensora explicou que em Montreal do Canadá, no dia 6 de Dezembro de 1989, um rapaz de 25 anos invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica, ocasião em que ordenou que os homens se retirassem da sala, permanecendo somente as mulheres. Gritando: "vocês são todas feministas", começou a atirar e assassinou 14 mulheres e em seguida se suicidou. O rapaz deixou um carta na qual afirmava que havia feito aquilo porque não suportava a ideia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente dirigido ao público masculino.
O crime mobilizou a opinião pública de todo o país, gerando amplo debate sobre as desigualdades entre homens e mulheres. Assim, um grupo de homens do Canadá decidiu se organizar para dizer que existem homens que repudiam essa atitude. Eles elegeram o laço branco como símbolo e adotaram como lema: jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos frente a essa violência. 

Após a palestra, os albergados aderiram a campanha pregando laços em suas roupas. O projeto de levar palestras aos apenados do regime semi-aberto é coordenado pela REPARE, Rede Permanente de Amparo ao Recluso e ao Egresso, uma organização não governamental, presidida pelo Defensor Público Marcos Rondon Silva.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Ouvidor profere palestra para albergados



         Com o tema: “O papel das ouvidorias e da sociedade para melhorar a qualidade dos serviços públicos”, o ouvidor externo da Defensoria Pública proferiu palestra para os albergados de Várzea Grande na tarde deste sábado (02/02).

            Citando exemplos de Nelson Mandela, Mahatma Ghandi e até da Presidente Dilma Rousseff, dr. Paulo Lemos Freitas afirmou que a prisão não impediu esses líderes de transformar as vidas deles e de outras pessoas.  

            Além de explicar especificamente sobre a Ouvidoria da Defensoria Pública, o palestrante falou a respeito de outras ouvidoras.

            A REPARE (Rede Permanente de Assistência ao Recluso e ao Egresso) é uma organização não governamental que tem por objetivo chamar a atenção da sociedade civil para a questão prisional e tem desenvolvido esse projeto desde março do ano passado no estabelecimento.

            Dispõe a lei de execução penal que uma das finalidades da sanção penal é reeducar os condenados. A fim de cumpri-la, o Juiz da Comarca, Dr. Abel Balbino Guimarães, deferiu o pedido da Defensoria Pública de abatimento de um dia de pena a cada três palestras assistidas.